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domingo, 25 de março de 2012

Escrever um poema

Quero escrever um poema
Quero escrever sem dilema
Quero escrever sem rima
Quero escrever uma obra-prima!

Quero escrever um poema
Quero escrever sem pena
Por ferir o papel em branco
Não quero nenhum pranto

Quero escrever um poema
Quero escrever, vale à pena
Quero escrever pra ti pequena!

Quero escrever um poema
Quero escrever um tema
Quero sem rima, sem dilema, poema!
      

Orgasmo

Masturbo meus pensamentos no papel
Verbos de excitação e prazer
Palavras nuas deitadas no branco
Meu sêmen são versos livres

Jorro viris as estrofes, poesia!
Minhas mãos acariciam o corpo-poema
Faço amor-louco com as palavras
Num frêmito, num vórtice alucino!

Ah, prazer! Poesia meu orgasmo
Poesia que gozo todos os dias
Poesia que esporra no branco virginal

Poesia na folha manchando os espaços
Poesia! Meu orgasmo de todos os dias   
Poesia que masturbo, poesia... Que prazer!

Paisagem do cotidiano

Meus olhos comem a paisagem
Minhas retinas absorvem tudo
Até mesmo os grafites
Nos muros em galerias públicas!

Meus olhos comem vorazes
As vitrines de muitas lojas
Das quais não comprarei nada
Divago, meus olhos passeiam

Meus olhos fixam todas essas pessoas
Atravessando as ruas, esperando nos sinais:
Vermelho, amarelo, verde, tumulto de passos.

Todos parecem com muita pressa, pra onde?
Todos concentrados em suas próprias vidas...
E meus olhos continuam comendo as cenas do cotidiano!

Rio de Janeiro

Tô em plena av. Rio Branco!
Atravessando a Presidente Vargas,
Os passos me conduzem até Pedro Lessa
Para de frente a Biblioteca Nacional

Os passos me conduzem neste mapa...
Marechal Floriano, Praça Mauá, Rua do Acre!
De novo avisto a Rio Branco, como é grande!
Agora nas calçadas da Travessa... Barulho de trânsito
   
Tô no Rio de Janeiro! Flanando pela Sete de Setembro
Loja de discos, sebo de livros, transeuntes...
Praça Tiradentes, Rua da Alfândega, comércios!

Meus passos me conduzem para o Passeio
Em um pulo estou na Lapa, mistura de tribos!
No Rio, sou urbano esbarrando nos transeuntes...

Os de lado

Você viu os de lado,
As meninas na prostituição?
Ali! Aquelas bem ali!
Vendendo o corpo pra se drogar.

Você sentiu os de lado,
Pobreza descalça nas ruas?
Nas vielas e becos sujos
Marginais esperando uma vítima!

Você viu os de lado,
Caminhando sem destino
Em silêncio na barulhenta cidade?

Você sentiu os de lado,
Atravessando o sinal malabarismo
Mãos estendidas, pedindo miséria!

Linguagem

Linguagem cheia de fragmentos
Linguagem feita de colagens
Linguagem aleatória, reta
Linguagem urbana, de periferia

Linguagem muda, de sinais
Linguagem visual, cinética
Linguagem formal, poluída
Linguagem auditiva, experimental

Linguagem de poemas, de absurdos
Linguagem comunicativa, estrangeira
Linguagem nua, primitiva, antiga

Linguagem cheia de símbolos
Linguagem baldia, de vagabundos
Linguagem incognoscível, fluida...

sexta-feira, 23 de março de 2012

Mística Exótica


Minha visão pavoneou-se
Nesta Beleza melíflua
Nos contornos de teu rosto
Uma linda androgenia!

Meu espírito quis evadir-se
E tocar suave/calmo tua pele
De que maciez é o teu veludo?
De que sabor teus lábios rubros?

Minha visão um vórtice lento
Meu espírito mudo/gritando ao teu mistério
Um pedaço da papoula no campo de florais

Vi teu rosto, tua compleição de poema
Vi e fiquei flanando no ar, ensejando
Fundir-me nesta mística Exótica!

Poesia Beat


Que barulho é esse?
Ouço o som da saliva
Saindo da garganta
De algum poeta.

Um escarro raivoso
Na cara do sistema.
Um filho-da-puta,
Esse capitalismo exagerado!

Que barulho é esse?
Disparando como uma “metralha”
Contra o maldito desconforto

Posso sentir o cheiro escorrendo
No sangue dos que lutam...
Dos vagabundos e solitários!

O marginal


Ele escarrou na cara dos hipócritas!
Ficou semanas na cama pela paz
Exorcizou seus demônios em canções
Disse que era uma morsa

Criou palavras sem sentido
Ficou “ligado”, um oriundo marginal!
Gostava de ironia e sarcasmo
Era um brincalhão e pai

O homem de lugar nenhum
Às vezes, apenas um adormecido
Se entregando ao vazio, indo na correnteza!

Um gênio ou um louco nonsense
Flutuando em seus sonhos de morangos
Morto por um fã psicopata!

*poesia sobre John Lennon

Quem são os “Beats” ?

Kerouac nos deu “On the Road”
Burroughs nos deu “Junkie”
Herbert Huncke um marginal
E LeRoi Jones um poeta em movimento!

Quem foi o Beat John C. Holmes?
Quem foi o Beat Neal Cassady?
Quem foi o Beat Allen Ginsberg?
Quem são os transviados?

Quem são os marginais
Que cuspiram cada palavra
Em poema em literatura?

Quem são os Beats!
Os porraloucas, os vagabundos
Os viajantes solitários?


Grato por Khalil


Ler Khalil Gibran
Abriu tua cabeça
Agora faz sexo com poesia
Agora masturba alguns versos

Muito grato por Khalil!
Agora tu podes falar de amor
Agora que tu conheces o ódio
Agora podes esporrar palavras

Muito grato por Khalil!
Agora perdeu inocência
Agora cospe pra fora

Muito grato por Khalil!
Encontrado em um sebo
Na movimentado Rio de Janeiro!

Outro sentir


Saltar minhas palavras em teus olhos
Pra que tu possas tocá-las
Mastigá-las com algum sabor!
Moldá-las em tua língua

Soltar em teus olhos
As poesias ainda por escrever
Desnudar as direções e caminhos
Ser tudo permitido e sem culpa!

Deslizar minhas palavras em teus lábios
Os verbos de excitação e prazer
Ser permitido todo excesso e pecado

Transcender os sentidos normais
Sentir a vida flutuando nas nuvens
Gozar cada momento eternal!

Ópio


Poesia, ópio dos sentidos!
Amor com muitas palavras
Prazer cheio de orgasmos
Reflexo constante de Narciso.

Poesia é tocar um pedaço do céu
Mergulhar no azul celeste
Ficar enamorado por “Julieta” e não morrer
É Shakespeare tramando drama/tragédia

Poesia, ópio para um transe,
Um sonho gritando “Goethe”
É Rimbaud desconstruindo/construindo

Os sentidos adormecidos do inconsciente.
Poesia, verbos garbosos flanando
É sopro eterno do começo sem fim!

Ir pro Sul


Bateu vontade, quero ir pro Sul!
Ver os lugares de lá:
A paisagem, o pôr-do-sol  
O “cisne” de olhos Azuis!

Escrever poesias nos lugares de lá
“Vagabundear’’ pelas ruas de lá
Sentir as emoções da temperatura
Bateu vontade, encontrar o cisne!

Sair e se perder nas noites de lá
Sentir na pele o prazer desconhecido
Ficar em transe com ou sem ópio!

Descobrir os segredos de lá
Sentir o paladar e a língua
Bateu vontade  vontade, mochila nas costa... Sul!


quarta-feira, 21 de março de 2012

Às vezes chove

O céu começou a lagrimar!
Preso em meus pensamentos
Penso em teu Ser infante
Quisera dormir em tua boca!

Numa suave cena de Shakespeare
Sussurrar poemas em teu Sono
Embriagar o olfato em teu perfume
Respirar tua pele sedosa!

Hoje o céu lagrimeja
Um lagrimejar insistente
Parece tão melancólico quanto Eu!

Quisera flutuar em teus olhos
 E dormir um sonho em tua Voz
 Sonhar e acordar em teu Amor!


Poesia em gestação

Mais uma Poesia que nasce
E há tantas outras em gestação
Alimentando a semente no embrião
Já tá pra nascer uma outra estação!

E de todas prefiro a Primavera
Com suas tranças florais
Com seus floreios de flores tantas
Com tanta “abonância” de cores e perfumes

Espelhada por um céu azul que uni bálsamo
Constante olor que exala e dança
Flutua no ar a “fragância” macia!

Penso em tantas combinações
Vejo tantas graduações de cores e matiz
E há muito mais pra se ver e sentir na Poesia...

Ode a uma Flor

Existe tanta beleza e charme
No límpido de teu Ser suave!
No encanto que é teus lábios
Teu sorrir fascínio, meu fascínio!

Uma flor de linda Primavera
Antes mesmo de qualquer Primavera!
É tão à vera meu ensejo
Meu sonho, meu desejo por ti.

Estou enamorado por uma Flor
Cujo candor é de puro marfim!
Uma Flor sem nódoa e casta

Uma Flor de pureza e brilho
Um resplendor de infantes lírios!
Uma Flor que me deixou cativo

Sopros poéticos

O vento continua soprando
Pedaços do vidro poético
Declamando todos os dias
As poesias do homem de vidro

O vento sopra cada vez mais!
As lágrimas são as brisas
As poesias em florais constantes
Nas orvalhadas flores lindas!

Sopre vento, sopre a solidão!
Traga um céu azul-dourado
Traga as harmoniosas palavras

As sinfônicas poesias suaves
Cante no ouvido de minha amada
As sonantes maciez profunda dos versos...

Antes o começo e do fim

Espero o farol de teus olhos
Sonho teu beijo algo infante cremoso!
Sempre quero visitar o teu amor
E me percebo na ilusão da realidade

Nessa verdade descabida que é à distância
De está aqui e não contigo
De sempre querer e de não ter
De sempre pensar por demais!

De nunca conseguir está a dois
Frente a frente os olhos refletidos
E isso tem me consumido lento!

Me angustiado por dentro com dor
Antes o começo maravilha descoberta
Antes do fim que a tudo encerra!  


Álvares de Azevedo

Álvares quisera eu ir lá!
Nos sonhos de minha amada
Declamar as sonantes poéticas
Palavras em ultra-sonetos

Quisera eu ir lá!
Nos lábios da Flor navegar
Amores de nascentes infindas
Ao luar, sobre o firmamento!

Quisera eu ir lá!
Como um sentimento-marfim
Flutuar a imensidão dos olhos dela!

Álvares quisera eu ir lá!
Na “Lira dos vinte anos”
Seguir amando-a, depois de ir-me!

domingo, 18 de março de 2012

Poème et couleur

Poème vert... arbres
Poème bleu... ciel
Poème rouge... coeur
Poème noir... nuit

Poème jaune... soleil
Poème blanc... paix
Poème de l'amour
Poème pour toujours

Poème avec musique
Poème pour moi
Poème pour toi

Poème pour tout
Poème et danse
Poème et couleur...

Penélope

Vá Penélope, tece  mortalha!
Teu amado está longe
Lutando uma guerra em Tróia
Os pretensos estão famintos!

Oh! Penélope! Guarde teus lábios
Ulisses há de retornar
E de teu amor provará!
Teça um fio, desfaça dois! 

Oh! Penélope! Tu és bonita!
Os pretensos estão famintos
Querem tua flor donzela

Vá Penélope! Tece a mortalha!
Teu  amado luta uma guerra
Guarde teus lábios, ele há de retornar!

* mitologia

O jovem Werther

Tu sonhavas o inatingível?
Em teu peito enebriado de amor
Tu sonhavas com uma flor
Donzela de perfume poético

Oh Werther! O teu sofrimento
Era não poder tocar os lírios 
Era não poder sentir os faróis
Te iluminarem o caminho escuro

E Tu ficastes cada vez mais
Oh! Pobre Werther melancólico 
O teu ser mergulhado em desalentos 

Tu sofrias pungido punhal 
Tu não vistes sentido maior?
Matar-se por um amor negado!

  * Werther - é uma personagem do livro de (Goethe)
     chamado: "os sofrimentos do jovem Werther"
     que comete suicídio por causa de um amor negado...
     Trágico como a vida!

Caber no poema

A palavra cabe num poema
Pois num poema não acabado
Cabe a palavra toda
Cabe num papel em branco

Coube num papel por completo
Cabendo sem deixar espaços
Coube cobrindo o papel
A palavra cabe em qualquer parte

Ocupou o papel antes baldio
Ocupando tudo em que coube
Cabendo em cada pedaço

A palavra cabe em tudo
A palavra em tudo cabe
A palavra cabe num poema!

Lendo pessoa

Li Fernando Pessoa
Eu li a pessoa no Fernando
Dizendo muito mais do que
A palavra pode significar

Li Fernando Pessoa
Eu li os versos nas pessoas
Que foi o Fernando que foi
Alberto que foi Ricardo que foi Álvaro

Li Fernando Pessoa
Alguns leram Rimbaud
Eu li Fernando e Rimbaud

Li Fernando Pessoa
Mas, também, li outros poetas
Leio sem cansar de ler poesia!

Visão melíflua

Eu vi o teu Ser sublime
Caminhavas com ar infante
Flanando em tua própria primavera
O encanto te sorrir com louvor

Eu vi meu sonho te velando hinos
Tocando com harpas de azul e mármore
Tua fronte tão serena e casta!
Enamorado por teu fascínio

Os versos suplicaram a ser escritos
Gritando desatinados teu belo nome
E Tu dormias numa pureza impecável!

Eu vi os bardos ensandecendo
Concebendo poemas épicos, inspirados!
Eu vi a tua fronte no jardim de um sonho...

Rainha de porcelana

Estou por semanas a sonhar
A tua formosa nobreza celeste
O teu garboso e infante sorrir
Enamorado e por demais Quixote!

Estou por semanas num ensejo
Flébil e jovial candice flana
Ao teu Ser de cristal excelso
O segredo de seu sabor, que mistério!

Estou por semanas em devaneios
Tua imagem tão dourados raios
Quisera minhas palavras brincar

Na mais contenta cortesia
Bailar em teus olhos flerte
E tocar com maciez teus lábios!

Sussurro

Ela gosta de ler Antoine
E ela parece divertida
Talvez, seja apenas tímida
Mas de algo  tenho certeza

Ela é uma porcelana!
Tão linda quanto o sol,
Uma beleza tão sensível
Como um fascínio de perfume!

Mas, ela aparece tão pouco
E quando diante de meus olhos
Tento capturar os mínimos detalhes

Mas, sinto que falta algo
Acho que ainda não estive tão perto
Pra poder sussurrar em teu ouvido!

Convite

Tenho esperado um monte
Depois que desperto dos sonhos
Ainda quero dizer algo
Algo que se possa sentir

Algo que se possa tocar
Algo que realmente desperte
Os passos tão silenciosos!
Ainda temos algum tempo

Perceba num dia de sol
Que existe um significado
Jamais me importo de esperar...

Mas, a vida é curta demais
Ontem é uma semana; hoje já é um mês
Vamos! Ainda temos tempo, a vida é breve!...

Não está

Não está nos livros
As palavras que eu quis
Não está em outro idioma
Não está na França, nem Inglaterra!

Não está em qualquer lugar
Nem no Japão, nem na Alemanha
Nem no muro de Berlim!
As palavras que eu quis

Não está no túmulo
Durmindo com algum cadáver
Não está se decompondo

As palavras que eu quis
Aonde estão as palavras que eu quis?
Eu quis quis quis quero...

O medo de

Não tenho medo de chorar
As lágrimas já conhecem
E brincam por todo meu rosto
Só tenho medo de ser nada

Só tenho medo de ser esquecido
Como um senil pelos cantos
Que ninguém quer saber e tocar
Só tenho medo de não perceber mais

Se hoje é segunda, sábado ou domingo
Só tenho medo de ficar em branco
De não desfrutar o fruto em minhas mãos

Só tenho medo de não estar
Não tenho medo da morte, pois ela virá
Não tenho medo de sentir de querer de viver!

Romantismo

Minha delicadeza é por ti
Amada casta infante pérola
Em meus sonhos só teus lábios
Os almejos com ternura-flor!

Afogar-me em teu candor
Deleitar-me em teu leito-corpo
E sentir tua pele veludo-carícias
Minha amada donzela, pureza seráfica!

Tu inspiras tanto em mim
Poesias de versos límpidos
Brilhosas estrofes de amor tanto!

Sonho teus olhos plácidos, meigos
Na noite, no firmamento as estrelas
Mas o teu resplendor é tão mais intenso!

Meu grito

Um grito, meu grito, grito!
Um grito, meu grito teu nome
Meu grito um poema pra ti
Meu grito teu nome suave!

Meu grito, um íntimo desperto
Meu grito, sonhos por acordar
Em uma bela manhã de sol!
Meu grito teu nome lindo!

Um grito, meu grito por ti
Meu grito teu nome é canção
Um grito, meu grito é pra ti!

Um grito, meu grito o tempo
É um eco que vai passando
Meu grito, se grito é por ti!

Lá em casa chove

Lá em casa quando chove
A chuva invade a casa
Gotas escorrem pelas telhas
Poças de água no chão

Lá em casa quando chove
A chuva molha a sala, o quarto, a cozinha...
A chuva fica brincando no chão
A chuva molha minha cama soltando do telhado

Lá em casa quando chove
Chove em todos os lugares
Já pensou chuva de poesia? 

Palavras-água inundando tudo
Encharcando o papel em brando
Já pensou ficar molhado de poesia? 

Símbolo

Sou símbolo jaz esquecido
Nas tumbas imemoriais de pensar
Cortado o destino pelo vento
Os passos mancos calejados por andar

Símbolo sou! Já disse e retorno
Não me complique com a tua confusão
Só sei de nada do que não sou
Sabendo o que fui, esqueço o que sou?

Sim, sou símbolo jaz esquecido 
Em tempos de cavernas antigas 
Lá no primitivo da escrita

Lá onde a voz era grunhido 
Lá onde a linguagem dos sinais 
O que sou? Sou símbolo já disse!  

Morrer do dia

Quando vier o dia findar
Estarei em plena noite
Bebendo nos cabelos-estrela
Copo de café nos lábios, livro nas mãos.

Despindo as palavras do meu pensar
Conspirando alguma ode outra
A uma Flor que de sonhar não canso!
Enaltecendo  versos brando, calmos

Ah! Há uma Flor que bela
A uma Flor que de querer não canso
Que no balanço da noite linda

De sonhar não canso de pensar de querer
Num desejo louco que pulsa,
A revolver-me em espasmo n'alma.

Rainha sobre a Torre

Senti os passos em silêncio
Indo direto para um transe onírico
A Rainha está sobre a Torre
Eu vi e não era Rapunzel!

Minha voz declarada gritou:
"Formosa sobre o firmamento
Há beleza seráfica em teus
Mais simples contornos!"

Oh! Rainha sobre a Torre
Tão cheia de donaire e cristal
Tão mais sublime que a coroa!

Quantas guerras precisarei lutar?
Tua graça é complição tamanha
Rainha! Se Narciso te visse, teria inveja!

          * Rainha sobre a Torre é uma jogada
             (movimento) em xadrez...

Ser Cativo

Está preso as lembranças
Ao infindo desejo de revisitar
Aos momentos de doçura melíflua!
A linguagem símbólica dos amantes

A primavera de cores macias
Os sabores leves dos perfumes
As sinfônicas melodias de amor
As veludosas carícias felpudas

Ah! Tão lindo depois da chuva
O arco-íris tem sete cores
Assim como teu nome de bálsamo!

Está preso em cada segundo
De uma eterna lembrança
Nas meiguices infantes brilhosas!