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sábado, 20 de novembro de 2021

Um Fuck ou Off


 

   ... Uns dois anos já né? Lápis borracha nanquim bem na minha frente e um único pensamento: I don’t care! Redes sociais fuck off! E Billy Corgan cantando um lembrete: “Despite all my rage I am still just a rat in a cage…” A falsa sensação de liberdade em um mundo tecnocrático. Pandemia, vidas no écran. Mas e a arte? Ainda exerce alguma interferência e ou agrega? Anos de psicologia e ainda lutamos com as sombras de Platão. Mas a arte continua a gritar de dentro para fora, lógico! Como um esporro selvagem, às vezes dúbio e infantilizado. Arte desconfortável, reflexiva ou simplesmente estética; arte simbólica.

    É... Já faz dois anos. É... Reativei minha conta TUMBLR e postarei lá umas e outras. Mas continuo dando um grande Foda-se a tudo isso. E meu espírito continua perdido nas escadas de M.C Escher.     


quarta-feira, 17 de novembro de 2021

EP - Cratera

                                            Arte de capa por David Beat

  Saindo direto do forno, o mais recente projeto de Leonardo Maciel. Um EP de nome CRATERA (https://youtu.be/qG_0Z6e15eY) com 5 faixas cheias de universalidades. Arte ficou por conta de David Beat baseado na ideia de "infinidade-cíclica". Geralmente eu faço as resenhas, mas optei por deixar dessa vez a responsabilidade pelo próprio resenhado, segue o relato da composição desse mais novo projeto.            

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  “Segundo o dicionário Oxford Languages, ‘linguagem é, qualquer meio sistemático de comunicar ideias através de signos convencionais, sonoros, gráficos, gestuais etc’”. Talvez esta seja uma definição adequada para o que CRATERA, EP de lançamento do projeto musical MACIEL, tenta exercer enquanto trabalho artístico.

 

  Numa tentativa de criar uma própria, o trabalho realiza uma ponte entre passado e futuro do que há de se tornar a estética do "Estúdio Mobral" e do selo "Música Brasileira". Composto em sua maior parte de releituras de músicas antigas e engavetadas por anos, o trabalho flerta com diversos signos sonoros, traduzidos pelo rock de guitarra em cinco faixas.

 

  Gravado no meio de um processo de mudanças globais e locais, entre Setembro e Novembro de 2021, CRATERA reflete sobre o quão cíclica é nossa vida, ao passo que traduz o que sobra quando não vivenciamos tais experiências: apenas um vazio magistral. Apenas podemos nos compreender como seres humanos quando erramos, quando somos tóxicos com os outros e consigo mesmo, quando aprendemos a sorrir para a morte e chorar para a vida, quando escolhemos abdicar de tudo o que nos faz bem para, enfim, parar de praticar o mal.

 

 A faixa de abertura, CACOS DE VIDRO, gravada e composta originalmente em Resende - RJ em meados de 2015, exprime a auto sabotagem realizada na transição entre a perda da inocência e o ganho de responsabilidades (afetivas, morais, acadêmicas, trabalhistas, etc), e como esses dois extremos, ao se colidirem, podem gerar conflitos que exigem maturidade e mudanças comportamentais para serem sanados, a fim de conseguir conciliar a expectativa da liberdade com o aceitável para com as relações estabelecidas.

 

 ERROS, canção originalmente de 2012, teve toda a sua liricidade revisitada para que pudesse tratar sobre relacionamentos abusivos em dois momentos: o de ruptura, com entendimento de que o eu-lírico conseguirá lidar com novos relacionamentos de maneira mais saudável para si própria; e o de retorno ao ponto de toxicidade, estabelecendo que, mesmo compreendendo sua situação na relação, aceita-a.

 

 ÚLTIMA RODADA, canção de 2016 da banda DICOTOMIA, é uma réplica aos questionamentos estabelecidos pelo eu-lírico de ERROS, em que é revelado que a autoestima elevada do personagem desta canção e suas suposições são o único meio de conquistar o narrador da canção anterior, passando por cima das próprias crenças do mesmo a fim de estabelecer uma dominância na relação.

 

 PRIMEIRO DE AGOSTO, também registrado no trabalho SIMBIOSE da banda DICOTOMIA, relata o fim das amizades como um processo natural da vida, seja por seguirem caminhos próprios ou por pura incongruência do destino. A falta de empatia e reconhecimento nas relações estabelecidas previamente leva a falsos comportamentos, falsos risos e falsos dizeres do que juramos ser infindável, causando um desgaste para atender um passado ilusório. Aquele verão que não choveu é uma parte fictícia de nossas mentes, pois em todo verão chove.

                                              

 COLINAS é a única canção composta em 2021. Ela fala sobre amor livre e pleno em sua mais pura definição. Longe da cidade, longe das tarefas, longe de tudo o de ruim que já passou, o eu-lírico pode transitar entre as outras quatro faixas agora feliz por se redescobrir na mais alta colina, junto com quem verdadeiramente quer estar ao seu lado: sua amada de corpo, mente e alma. Como conceito, COLINAS agride tudo aquilo que o tornou tóxico, todas as suas suposições sobre o que é 'a vida, o universo, e tudo mais... ' e pode, por fim, se purificar através do amor.

 

 Portanto, CRATERA é um primeiro álbum que explora relações amorosas, afetivas e emocionais sob uma ótica polida pelo tempo. “Tais canções flertam com as transições bruscas que ocorrem o tempo todo em nossas vidas e que precisamos nos reinventar para lidar com elas, seja como forma de exercício de empatia ou cultivo de esperança de resgatar nossa própria humanidade.”

 

MACIEL, Leonardo (2021)


CONTATOS: estudiomobral@gmail.com

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segunda-feira, 8 de novembro de 2021

Poesia-corte

 zines Paulo Monteiro 


      Eu sei, ando totalmente sumido né? Sabe como é...  Uma vida de merda, com o tédio com T bem grande te sufocando todos os dias. Bom os anos 90 já se foram e com ele tudo de bom que existia (lógico minha opinião), mas sempre acontece de você esbarrar com a boa dose de poesia visceral e “káustica”. E o que me fez vir aqui nessa mídia um tanto “stopiada”, foi justamente essa poesia toda torta sem firulas ou gracejos, Paulo Monteiro seu nome:  Artista-colagista, delírio, “poeta-anárkico”, escritor,  amante do surrealismo-palavra. É essência  Roberto Piva sem ser Piva. Tempos sombrios não de agora, mas de outros tempos perpetuados em ciclos, vivemos dentro de uma irrealidade tentando encontrar de forma utópica a “Realidade” num mundo conectado-tecnológica.  Nossas crianças já nascem fisgadas pelo écran e nunca veem a luz do sol, presas em uma caverna... (shut up!)

     Depois de lançar seu primeiro livro em 2017 “Jazz Para Rinocerontes”, pela editora Moinhos,   mente inquieta que não pára e continua sangrando em cada página-papel  em banco sendo manchado violentamente, e agora quando os “Búfalos sentam param o jantar” um emaranhado de poesias-sangue cortando até o vento com sua língua afiada sagaz.

     Então é isso... Passando para uma resenha bem curta e aproveitando o ensejo, um trecho da poesia desse poeta-corte: [Contra oração para um espírito inquieto] – “Nero! Ponha fogo no / meu corpo e me / esqueça no lugar onde / até a noite é quente...”

  Contato com o autor com o bom e velho e-mail nosso de cada dia: paulomonteiro1991@gmail.com 

Paulo Monteiro é nascido em Manaus onde deu seu primeiro grito, e a agora é um espírito-nômade... e outras coisas.